Já parou para pensar sobre a importância da sua criatividade? De dar espaço ao improvável, mesmo que isso não represente algo produtivo para a sua vida?
Todo mundo deve ter um pouco de criatividade, até quem mal sabe disso. Talvez para alguns só falte uma boa oportunidade de “ouvir” e deixá-la sair pelas suas mãos.
Costumo dizer que a criatividade encontra seu caminho. Por mais que alguém criativo esteja afastado de seu exercício a arte encontra um caminho para se manifestar. Já me flagrei levantando de madrugada para desenhar um prédio, um novo prato, um invento ou uma frase musical. A grossos modos, imagino que seja como ser um médium, recebendo de entidades superiores algo que temos que trazer ao mundo. A criatividade está no ar, na água, e a pureza dos sentidos pode facilmente percebê-la. Daí a idéia do ócio criativo. Sentar e contemplar o mar ou sentir o toque do travesseiro no rosto, tudo ao redor pode ser inspiração, pode ser a faísca de um novo pensamento, de sentir como se fosse a primeira vez, a primeira luz, o primeiro som, o primeiro toque.
Frequentemente nos esquecemos que temos em nós um potencial infinito para criar, para produzir. Vamos silenciando este potencial a medida que nos limitamos à nossa rotina. Nos deixamos ser massacrados silenciosamente pelo tédio que drena nossas energias e transforma tudo ao nosso redor em percepções desinteressantes, banais.
O problema está em nós mesmos.
O problema é perder a inocência dos nossos sentidos.
Gênios acordam pela manhã como em qualquer outro dia em suas vidas, mas com um universo inteiramente novo ao seu redor. Se sentam centenas de vezes embaixo de uma árvore para então, num breve momento descobrir a gravidade, um novo pensamento nunca trilhado. Sentimos o vento, ouvimos um cumprimento, vemos uma fotografia, um quadro, uma música, uma idéia a cada momento. Em que podemos transformar tudo isso? O que nunca foi percebido e está, fundamentalmente, à nossa frente?
Quantas vezes em sua vida você disse: eu poderia ter pensado isso! Eu poderia ter inventado isso! Como é óbvio e simples!
Então, qual é a diferença? Como podemos despertar nossa genialidade?
Experimente sentir como se fosse a primeira vez que toca seu travesseiro com o rosto. Olhe a grama verde pela primeira vez, mova os pés pela primeira vez, procure a poesia nas coisas mais simples e imperceptíveis ao seu redor. O mundo a nossa volta é idêntico ao de qualquer outro no mundo. Cabe a você transformá-lo em algo extraordinário.
Criatividade é rever o comum.
Humor é unir o improvável.
Contemplação.
A inocência dos sentidos.